Morri... não sei dizer como, ou porque, mas agora me permito refletir!
Me permito refletir pois preciso dizer certas coisas ao meu querido amigo, Mundo!
Mundo, passei alguns anos sobre seu solo aspero e úmido, e macio, e seco, e fétido, e
suave, e também com aroma de vida.
Percebi evoluções, revoluções internas e pessoais, percebi também que os humanos
tomam decisões por você, sem ao menos te pedir licença ou perdão. Ninguém chegou
em você, Mundo, e disse assim:
- O que você acha deu tirar um pouquinho de petróleo daqui e soltar alguns gases
poluentes ali? Ahhh, Será que eu posso arrancar algumas árvores daqui, ou melhor,
posso desmatar toda a Amazônia e acabar com a água?
Mundo, seu bunda mole, por que não disse não?
Não, não pode desmatar, não pode poluir e nem desperdiçar! Não pode não.
Mundo, diga não, porque assim eles não fazem mais.
Depois de tantas agressões sem sentido ou razão com os criminosos continuando
impunes, não me surpreende o fato de você, Mundo, o qual agora dou tanto valor,
querer se revoltar.Sabe, se eu estivesse no seu lugar eu também me revoltaria.
Poxa, desde que você é você, é a maior correria, pois reza a lenda que Deus te criou
em 7 dias.Orra, que loucura, eu levei 9 meses pra nascer.
Enfim, você nasceu assim, precocimente, e já começou a sofrer metamorfoses
quimicas, fisícas matemáticas e históricas.
Revolução Francesa, Revolução Indústrial, DUAS GUERRAS, Mundo, você
sobreviveu à duas guerras.
A não, te dou toda a razão de querer dar uma lição nesse povo tão cruel. Agora
consigo entender o efeito estufa.
Posso apostar que você tem muitas histórias pra contar, mas sei que ninguém vai parar
pra ouvir, estão todos muito ocupados, em te destruir.
Você é tão grande e tão cheio de gente, de vida, de animais, plantas e cores, mas vive
na solidão, pois ninguém liga pra você, ninguém te pede conselho, opinião, parece até
que esqueceram que você existe.Tá bom que tem quem ligue, os que fazem a sua
parte sabe? E os que tentam conscientizar a galera, mas são poucos os que ouvem...
Antes que se preocupe comigo, não morri não, bobinho.Usei essa palavra porque
queria dizer que aquele outro eu, o poluidor, o que já jogou papel na rua , o que
passava horas lavando o cabelo sempre gastando água. Esse ser sumiu, desapareceu,
morreu, e se todos os seres malvados sumirem, quem sabe você não se revolte mais!
Isabella Teixeira
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